Monday, May 29, 2017

Girassol ... em poesia!


Já semeei muita e variada semente de girassol
mas a passarada conseguiu fazê-la desaparecer!!!

Temos caturras e é hábito soprar as sementes
para a floreira de modo a limpar a caixa
da comida dos pássaros ... e qual foi
o nosso espanto quando vimos crescer
"um jardim" de girassóis!!!


Especialmente para si que gosta de poesia:



De um lado cantava o sol,
do outro, suspirava a lua.
No meio, brilhava a tua
face de ouro, girassol!

Ó montanha da saudade
a que por acaso vim:
outrora, foste um jardim,
e és, agora, eternidade!

De longe, recordo a cor
da grande manhã perdida.
Morrem nos mares da vida
todos os rios do amor?

Ai! celebro-te em meu peito,
em meu coração de sal,
Ó flor sobrenatural,
grande girassol perfeito!

Acabou-se-me o jardim!
Só me resta, do passado,
este relógio dourado
que ainda esperava por mim . . .


De Cecília Meireles ... Do outro lado cantava o sol!!!


Saturday, May 27, 2017

Ramos ... com poesia!


Sempre que vejo um rasto no céu
desejo ... em silêncio: _ Bom regresso!!!


Estes olhares "roubados" da mana
fazem-me lembrar "enredos" ... encruzilhadas
daí a minha escolha para hoje:

 “Mais do que perdida
Na encruzilhada da vida
É pessoa desistida
Que não encontra querida
Nas coisas, das coisas
Não vê mais encanto
Também não vê desencanto
Olha, toma o meu lenço
Levanta a cabeça enxuga teu pranto.”

[Do Poema "Dorme agora"]
Grande Otelo


Thursday, May 25, 2017

Ao entardecer!!!


Para estes belos olhares de ENTARDECER
um poema de FERNANDO PESSOA!


"No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...
Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão
Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida
E nem repararmos para que há sentidos ... "



Monday, May 22, 2017

Olhares com poesia!


Mais uns olhares da minha irmã!


Fernando Pessoa
Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.



Da Fernanda trouxe este texto:

Os gatos são conhecidos 
pela sua independência,
 vaidade e personalidade bem vincada
 – por vezes até demais ! –
mas isso não quer dizer que eles
 passem ao lado das nossas vidas.

Adoram receber atenção,
e também a retribuem,  à sua maneira .

Não conseguimos ter controlo
 sobre a rotina ou a vontade de um gato,
como conseguimos à partida com os cães,
e isso é apenas parte daquilo que faz
deles tão únicos e especiais.
Os animais não têm defeitos. Têm feitios ! 

http://otoquecoracao.blogspot.pt/2017/04/do-toque.html



Friday, May 19, 2017

Porque corres rio Mondego?


Entre as pedras livremente
Vais descendo lá da serra
Para vires de tangente
Dar um beijo à minha terra.

Rio Mondego, quero ter,
A resposta verdadeira,
Porque vais sempre a correr
Da Estrela até à Figueira.

Mas isso é velho segredo,
Bem traçado nos teus planos,
Escondido no arvoredo
Sabe Deus, há quantos anos.

Quando passas em Coimbra
Ouves o fado do estudante,
Sem sequer teres ainda
Lá parado um só instante.

Continuas o teu caminho
Mostrando ser o maior,
A dizer muito baixinho
Um adeus a Montemor.

Nos braços levas pró mar
No turbilhão das tuas águas,
Ao de cima a baloiçar
Alegrias, dores e mágoas.

À Figueira tu vais ter
Após tanto caminhar
E finalmente poder
No oceano descansar!!!

Rama Lyon
...
Um conjunto de fotos tiradas junto ao rio mondego:













Durante o dia
... exceto nas horas de calor ...
ou ao entardecer
um passeio a não perder!

Wednesday, May 17, 2017

Flores e poesia!

A natureza entra em harmonia
perfeita e "in perfect" sintonia!
...na transição do inverno para a primavera...
podemos maravilhar-nos...sobretudo na aldeia...
com autênticas pérolas de chuva!





    Se eu morrer novo,
    sem poder publicar livro nenhum
    Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
    Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
    Que não se ralem.
    Se assim aconteceu, assim está certo.

    Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
    Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
    Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
    Porque as raízes podem estar debaixo da terra
    Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
    Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.

    Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
    Nunca fui senão uma criança que brincava.
    Fui gentio como o sol e a água,
    De uma religião universal que só os homens não têm.
    Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
    Nem procurei achar nada,
    Nem achei que houvesse mais explicação
    Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.

    Não desejei senão estar ao sol ou à chuva -
    Ao sol quando havia sol
    E à chuva quando estava chovendo
    (E nunca a outra cousa),
    Sentir calor e frio e vento,
    E não ir mais longe.

    Uma vez amei, julguei que me amariam,
    Mas não fui amado.
    Não fui amado pela unica grande razão -
    Porque não tinha que ser.

    Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
    E sentando-me outra vez a porta de casa.
    Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
    Como para os que o não são.
    Sentir é estar distraído.

    Alberto Caeiro, 7-11-1915

Monday, May 15, 2017

As nossas "raízes"!

Raízes e origens...palavras diferentes mas com igual valor!!!

 
As nossas raízes

Li este poema com alguma poesia nele escondido:

Raízes, as nossas raízes, são liames invisíveis
dos quais nunca nos separaremos,
desde nossas raízes genéticas
as raízes, sociais, intelectuais ou emocionais
As raízes do nosso corpo
que o formaram, que o alimentaram
As raízes dos colos que na vida nos acolheu
As raízes dos ensinamentos dos nossos tantos professores
ou as raízes das lições do dia a dia da vida
As raízes de nascença, as raízes da vivência
Dos nossos momentos, dos nossos instantes,
desde a mais tenra idade até a plena maturidade
Dos tantos que pela nossa passaram
de outros tantos que a nossa vida se incorporaram
que de alguma forma eles nos enraizaram
Raízes de amizades, de seriedades, de amenidades
dos momentos de felicidade assim como dos tempos de infelicidade
Raízes da alegria, raízes da discórdia ou da concórdia, raízes das inimizades
Raízes da tristeza, raízes da bondade ou da maldade, raízes das humildades
raízes que nunca serão cortadas, mesmo que não mais utilizadas
Raízes que seivaram nossa vida, nossa formação, nossa personalidade
Raízes são sempre inseparáveis
Existem ainda raízes que se confundem com todo seu ser
São as raízes da passionalidade, dos ódios as paixões
Raízes sempre carregadas de grandes emoções
Raízes dos sentimentos, raízes dos sentidos
E a raiz das raízes, a raiz do Amor, em todos momentos presente
As raízes da família, raízes dos grandes amores
Raiz do espírito que alimenta a alma…

Joe’A


    As minhas raízes
    começaram nesta casa
    e mais curioso é que depois de
    meio século fiz um regresso
    às minhas raízes ... não a esta casa
    mas à nossa aldeia!!!





    E continuo a soltar raízes na terra 
    da terra
    ...
    que me viu nascer!!!

    Thursday, May 11, 2017

    O Desconhecido!

    "Minha fé é no desconhecido, 

    em tudo que não podemos 
    compreender por meio da razão. 

    Creio que o que está acima 
    do nosso entendimento 

    é apenas um facto em outras dimensões 

    e que no reino do desconhecido
     há uma infinita reserva de poder."

    Mais um conjunto de fotos
    Espreitando aqui e ali:


     O desconhecido mexe com a nossa curiosidade!




     Nem todos temem o desconhecido
    muitos acham-no excitante!



     O desconhecido pode criar mundos inimagináveis!


     Mergulhar no desconhecido
    afasta o medo!